Friday, November 30, 2018

Horários do curso 2019/1

Acadêmicos, os horários das disciplinas de Direito já estão disponíveis! Confira todas as informações do primeiro semestre de 2019: horários turno manhã e horários turno noite

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Esmalte sem riscos

De uns tempos para cá, ele deixou de ser um mero cosmético para ganhar status de acessório, tornando-se tão importante quanto uma bolsa ou um sapato na composição do visual. O boom dessa tendência gerou, é claro, uma enxurrada de novos vidrinhos, com cores das mais variadas, além de estilos diferentes de pintura. Como resultado, as mulheres passaram a trocar de esmalte como quem troca de roupa íntima. O hábito, não há dúvidas, faz um bem danado para a autoestima. Mas será que o corpo sai ileso?

Ressecamento e alergia

Segundo a dermatologista Denise Steiner, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), pincelar o produto todas as semanas e, consequentemente, abusar da acetona ou de outro removedor pode ressecar as unhas, deixando-as esbranquiçadas e causando sua descamação. Mas isso não é regra. “A principal questão não diz respeito ao número de vezes que o cosmético é utilizado, e sim se ele é capaz de desencadear reações alérgicas”, pondera Denise.

O quadro, diga-se de passagem, não é raro. “Aproximadamente 10% da população tem alergia a esmaltes”, conta a dermatologista Solange Pistori Teixeira, da Universidade Federal de São Paulo, a Unifesp. Na maioria dos casos, ela está associada a um solvente chamado tolueno, responsável por acelerar a secagem. O formaldeído, substância que ajuda a conferir aderência e durabilidade ao produto, é outro que está por trás de reações. As mais importantes são vermelhidão e coceira nos dedos e nas áreas que sofreram contato, como mãos, rosto, pescoço e orelhas – enfim, onde você mais costuma passar as mãos. “A alergia pode aparecer em qualquer idade”, faz questão de lembrar o dermatologista Beni Grinblat, do Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista.

As substâncias comumente identificadas como estopins de quadros alérgicos são consideradas tóxicas e, por isso, a inclusão na fórmula é restrita nos Estados Unidos, em países da Europa e também no Brasil. Vale lembrar que uma delas, chamada dibutilftalato, também foi tachada como potencialmente cancerígena. “Esses testes foram realizados com animais e em concentrações elevadas. Aqui, as empresas têm respeitado a legislação”, assegura Josineire Sallum, gerente-geral de cosméticos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa. “Quando isso não acontece, impedimos a comercialização do produto.”

Removedor X acetona

Já quando o assunto são unhas frágeis, a tática é ficar mais tempo com o mesmo esmalte. Isso porque o uso constante de itens para extrair o cosmético pode provocar esse estado de fraqueza generalizada. “Trata-se de produtos que têm a capacidade de penetrar na unha e dissolver estruturas que lhe conferem maleabilidade. Ela, então, se torna porosa, áspera e menos flexível”, explica o farmacêutico e especialista em cosmetologia Maurício Pupo, da Consulfarma, em Campinas, no interior de São Paulo.

Como não dá para ficar eternamente com um único esmalte – a unha cresce, a cor desbota, alguns trechos lascam, a gente enjoa… –, uma estratégia para minimizar os estragos é optar pelo removedor. “Ele é menos prejudicial porque tem componentes hidratantes em sua composição, além de apresentar um pH mais compatível com o da pele”, comenta Denise Steiner. Bem mais agressiva, a acetona resseca a pele e as unhas. “Sem contar que o cheiro forte do líquido pode irritar as vias aéreas superiores”, completa.

Para as adeptas do péssimo costume de retirar o cosmético com os dentes, recorrendo ao removedor só para eliminar os fragmentos mais teimosos, fica o alerta: tal comportamento tende a causar danos como manchas brancas, depressões e até estrias.

De olho em doenças

Mas, se nenhum desses cuidados não contribuir para unhas mais firmes e bonitas, o melhor a fazer é investigar outras possíveis causas para tamanha debilidade. “Deve-se considerar quadros como hipotireoidismo e anemia, além de outras carências nutricionais”, informa a dermatologista Adriana Vilarinho, de São Paulo.

Crianças e gestantes

Nas crianças, o ideal seria passar um esmalte à base de água, porque não contém solventes. Para as futuras mães, o recomendado é dar um tempo na manicure durante os primeiros três meses de gestação. Mesmo depois desse período, um pouco de cautela é mais do que bem-vindo. Seria interessante usar uma máscara no momento das pinceladas por causa dos solventes. Depois que eles evaporam e o produto seca, não há problemas. Ao menor sinal de complicações, procurar um especialista é imprescindível – um recado válido para todos.

Na hora de escolher

Se tiver uma coleção de esmaltes ou visitar o salão de beleza com frequência, preste atenção no prazo de validade informado no vidro. “A segurança do produto é garantida até essa data. Se estiver vencido, jogue fora”, aconselha Josineire Sallum, da Anvisa. Caso a cor não esteja homogênea, não arrisque: muitas vezes é sinal de que alguma substância foi acrescentada ali.


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Se pesar com frequência ajuda a emagrecer

Dica para quem está brigando com a balança: pesquisadores das universidades de Pittsburgh e da Califórnia, nos Estados Unidos, descobriram que o ato de se pesar com regularidade ajuda a emagrecer.

O trabalho foi apresentado no Congresso da Associação Americana do Coração de 2018. O evento ocorre todos os anos para compartilhar avanços na área da saúde cardiovascular.

Os cientistas examinaram, durante um ano, as alterações físicas de 1 042 voluntários adultos, sendo 78% homens e 90% brancos. Eles tinham uma idade média de 47 anos. Os hábitos de monitoração do peso dessa turma também foram mensurados, claro.

As pesagens ocorreram normalmente na residência das pessoas, sem interferência médica. Os dados eram transmitidos aos estudiosos por um sistema online. Foram identificados diversos perfis, que iam desde indivíduos que subiam na balança diariamente até aqueles que nunca tiravam tempo para isso.

Os resultados revelaram que quem se avaliava apenas uma vez por semana não afinou a barriga no período. Entretanto, aqueles que se mediram de seis a sete vezes tiveram uma redução em 12 meses. Para ser mais exato, eles enxugaram, em média, 1,7% do próprio peso.

De acordo com os autores, o achado enfatiza a importância de acompanhar as mudanças no corpo, principalmente quando você está tentando emagrecer. Visualizar isso de forma concreta se torna um incentivo para não desistir.

Só cabe ponderar que as pessoas que se pesam com frequência tendem a ser mais preocupadas com sua forma física. Talvez tenha sido esse modo de pensar – e não as pesagens em si – que culminaram na eliminação de quilos extras.

Além disso, a perda de peso revelada no estudo aconteceu ao longo de um ano. Portanto, monitore seus resultados, mas não deixe isso virar uma neurose. Caso contrário, tal hábito pode até desencadear transtornos alimentares.

Ao contrário do estudo, o livro O Fim das Dietas, do professor Antonio Herbert Lancha Jr., defende medir sua composição corporal a cada quinze dias, por exemplo. Ele também sugere usar uma fita métrica em vez da balança. Se interessou? Você pode adquiri-lo clicando na capa abaixo:


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Por que o idoso deve tomar cuidado com quedas mesmo após trocar os óculos

Miopia, astigmatismo, hipermetropia e outros problemas que afetam os olhos estão entre as principais causas de tropeços e quedas. Ainda bem que existem métodos para corrigir essas falhas, como as cirurgias e, claro, os óculos. Mas esses acessórios exigem atenção extra: um estudo da Universidade de Bradford, na Inglaterra, descobriu que os primeiros dias de utilização estão relacionados a um maior número de tombos entre os indivíduos mais velhos.

“O médico e o profissional da ótica precisam customizar os modelos de acordo com a característica de cada paciente e passar orientações para evitar esses problemas”, aponta o oftalmologista Leoncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, em Campinas (SP).

Veja o que acontece na fase de adaptação em cada tipo de lente nova

Miopia: Aperto para enxergar de longe. Os óculos novos deixam os objetos um pouco menores e mais distantes do que a realidade.

Hipermetropia: Há uma dificuldade para ver de perto. Nos primeiros dias após a correção, as coisas aparentam ser maiores e mais próximas.

Astigmatismo: Distúrbio marcado por uma visão borrada a qualquer distância. O tratamento faz com que tudo pareça levemente desnivelado.

Outras precauções na consulta com o oftalmo

Já caiu? Informe o especialista se você teve algum episódio recente de queda e quais foram os motivos que originaram o acidente.

Dois ou um? Apesar de existirem os modelos multifocais, o ideal é ter um par de óculos para longe e outro para perto. Isso evita confusão.

Vai trocar? Antes de comprar uma nova armação, avise o doutor: quase sempre é preciso fazer ajustes no foco das lentes.


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Thursday, November 29, 2018

Teste detecta excesso de gordura em marcas de pão. Mas há boas notícias

Os pães de forma entraram recentemente na mira da Proteste. Em uma avaliação recém divulgada, essa associação de defesa do consumidor examinou 16 produtos de marcas vendidas pelo Brasil – e, se detectou excesso de gordura e falta de fibras em algumas, também trouxe notícias boas.

Os produtos avaliados foram:

1) Pão de forma tradicional Visconti
2) Pão de forma integral Visconti
3) Pão de forma premium Panco
4) Pão de forma integral Panco
5) Pão de forma tradicional Pullman
6) Pão de forma integral Pullman
7) Pão de forma Seven Boys
8) Pão de forma tradicional Plus Vita
9) Pão de forma integral Plus Vita
10) Pão de forma Kim
11) Pão de forma integral Kim
12) Pão de forma tradicional Wickbold
13) Pão de forma integral Wickbold
14) Pão de forma Energia
15) Pão de forma tradicional Vai Bem
16) Pão de forma integral Grão Lev

Começando pelo lado positivo

Após pegar lotes desses pães nos mercados e levá-los para o laboratório, a equipe da Proteste reparou que nenhum apresentava traços da bactéria salmonela, causadora de desarranjos intestinais intensos, ou de conservação inadequada. Ou seja, dá para levar esses produtos para casa sem ter medo de infecções.

“De um modo geral, os rótulos foram bem avaliados, pois traziam as informações obrigatórias por lei”, completa a Proteste, em nota à imprensa.

A avaliação de gorduras e fibras

Entre outras análises, a entidade comparou a quantidades dessas duas substâncias que era prometida na embalagem com a que de fato estava presente nos pães. De novo, a maioria dos itens se manteve dentro de uma variação permitida pela legislação brasileira, que é de 20%.

No entanto, o pão de forma tradicional da Wickbold extrapolou esse limite, segundo a análise da Proteste, com uma diferença de 41,7% entre a quantidade de gordura acusada no rótulo e a que está no produto. As versões tradicionais de Plus Vita (25,7%) e Vai Bem (111,5%), assim como a integral da Panco (50%), também foram mal nesse quesito.

Já o pão integral da Grão Lev declara não conter quantidades significativas de gordura em sua composição. Para alegar isso, ele não poderia possuir acima de 0,5 grama de gordura por porção. Mas, no teste, observou-se 1,37 gramas de gordura.

A sobrecarga desse nutriente na dieta às vezes desencadeia, com o tempo, problemas à saúde. Estamos falando de obesidade, males cardiovasculares, diabetes e por aí vai.

Quanto às fibras, só o pão integral da Grão Lev – de novo ele – apresentou uma diferença superior a 20% entre a quantidade que aparece no rótulo e a que de fato está no alimento, de acordo com a avaliação. Para ser mais exato, ele contava com 52,96% a menos dessa substância, que ajuda a regular o intestino e a equilibrar microbiota.

Diante disso, essa marca acabou ficando em último lugar na classificação da Proteste. Quem lidera o ranking é o pão de forma tradicional da Visconti. Você pode ver a classificação completa e o teste clicando aqui.

SAÚDE já entrou em contato com as cinco marcas que apresentaram alguma alteração significativa segundo a Proteste para ouvir seu lado da história. Conforme elas responderem, daremos suas versões aqui.


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Intelectuais atiram em Bolsonaro, mas acertam no PT

A ascensão de Jair Bolsonaro à Presidência da República provocou histeria nos intelectuais da chamada esquerda. Diante da desconcertante simplificação da realidade por parte do capitão reformado, a elite acadêmica tem reagido com espasmos carentes de razão.

As análises dos críticos anteveem tempos sombrios sob o futuro mandatário. “Bolsonaro aquece os aviões para o bombardeio das cidadelas democráticas”, escreveu um jornalista e professor da USP.

Para um sociólogo da PUC, estamos “condenados em meio às trevas” e, talvez por isto, precisamos de um “sistema de defesa contra a barbárie”. Uma brasilianista faz coro às previsões catastróficas.

“Bolsonaro anunciou gatilhos que vão fazer disparar essa taxa [de mortalidade]”, prevê. “Por trás dele [Bolsonaro]”, prossegue, há “uma estrutura de pensamento muito coerente, em que se articulam corrupção, comunismo e perversão moral [sic]”.

O “Brasil transita em direção a uma cultura da violência”, escreve outro professor da USP. Tudo isto se junta aos prognósticos daqui e d’além-mares que veem a democracia brasiliana ameaçada.

“Ele é um risco à democracia brasileira”, convergem, em uníssono. E não faltam, claro, as indefectíveis comparações com Hitler.

 

Estado controlador

Mídia e cientistas políticos costumam errar previsões. Talvez acertem desta vez, mas poderiam ser mais convincentes se fossem mais honestos intelectualmente.

Verdade que o futuro presidente do Brasil dá vazão ao alarmismo. Sua retórica bélica fertiliza o pensamento acadêmico e midiático amplamente hostil a tudo que não provenha dos alfarrábios da sinistra.

Em suas análises, esses prestidigitadores descrevem Bolsonaro como um tirano que implantará a autocracia no Brasil. Desprezam o fato de que o contraponto eleitoral no segundo turno não era uma opção virtuosa.

O que grassa hoje no Brasil, passados 23 anos em que o eleitor elegeu a esquerda para governá-lo, é a explosão da violência e da corrupção nunca antes vistas – contra as quais o capitão prometeu insurgir-se. Ao mesmo tempo, a tendência atávica ao autoritarismo de parte da chamada esquerda se consubstancia no inchaço da máquina estatal, aparelhada para tudo controlar.

Estado grande é Estado controlador – cerne do pensamento da sinistra, que considera todos, menos os camaradas, incapazes de se autogerirem. Justiça aqui ao PSDB, que, ao vender parte do patrimônio público, se desprendeu da esquerda conservadora.

 

Patrimônio que, nas mãos do PT, serviu para surrupiar bilhões do erário, como fartamente provou o Ministério Público e a Polícia Federal, chancelados por instâncias do Judiciário. Os danos dos governos petistas ao País, portanto, não são uma possibilidade, mas fato consumado.

 

Meliantes do erário

 

Presidente empossado, Bolsonaro poderá incentivar a violência? Fomentar a corrupção? Submeter o Estado ao autoritarismo? Em teoria, sim.

 

A diferença, evidente diante do apego mínimo à lógica, é que nem PT nem PSDB debelaram o crime organizado. Inequívoco, como demonstrado à larga pelo Mensalão e pela Lava-Jato, que os governos petistas abriram as porteiras a meliantes do erário.

 

Mais grave, porém, foi o namoro desavergonhado com o autoritarismo (vide plano de governo do PT para as eleições de 2018). Durante os 13 anos de poder, o petismo apoiou a ditadura cubana, perversos tiranos africanos, regimes autoritários latinos (Venezuela, Nicarágua) e autocracias no Oriente Médio.

 

Ao mesmo tempo em que repudiava democracias como a de Israel.

 

A histeria midiática e acadêmica não surpreende. Segundo Adriano Gianturco, professor de ciência política do Ibmec (MG), em entrevista ao Valor, “o pensamento marxista [antes da internet] já tinha dominado o ambiente de escolas, universidades, sindicatos e até mesmo alas da Igreja Católica”.

 

Pablo Ortellado, professor da USP, no mesmo periódico, “lembra que os conservadores já não são dominantes nos principais meios que formam valores – a mídia, as artes, as escolas e universidades”. Eis onde fenece a razão: jornalistas, artistas e intelectuais revezam-se entre a plateia e o púlpito aplaudindo-se mutuamente.

 

Resultado: a interdição do livre pensar.

 

Se Bolsonaro acredita que o apoio de 57,7 milhões de eleitores é salvo-conduto à violência, à corrupção e à ditadura, é preciso esperar. Mas não há dúvida de que o produto palpável da chamada esquerda foi violência, corrupção e o perigoso flerte com o autoritarismo.

 

* Itamar Garcez é jornalista

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Menos violência & mais emprego, as armas de Bolsonaro

O capitão-mor Jair Bolsonaro vem antecipando, há quatro semanas, as políticas públicas do País a partir de 1º de janeiro, quando assumirá a presidência da República. Suas entrevistas e monólogos virtuais têm indicado o rumo para o meio ambiente, a política exterior e até a formulação das provas do Enem.

Mas, caso pretenda ir além do quinhão minoritário do eleitorado que o sufragou (39,23% do total), deve seguir os passos dos presidentes que o antecederam e conseguiram completar seus mandatos.

Fernando Henrique venceu duas eleições no primeiro turno. Consolidou a estabilidade da moeda e a responsabilidade fiscal – patrimônios que, apesar do PT, foram incorporados a nossa cultura econômica.

Lula, em seus dois mandatos, foi campeão de popularidade. Distribuiu renda e reduziu a desigualdade, mantendo baixo o desemprego.

Sem falar em Itamar Franco, fiador do Plano Real. Com ele, afora a sensação de poder de compra, o PIB manteve-se elevado.

Cada um deles fez mais do que isto. Mas o que lhes garantiu sucesso enquanto mandatários foi tratar com eficácia do essencial.

Sem falar que na política souberam domar o Parlamento. Mas isto é outra história.

 

Emprego e renda

Bolsonaro elegeu-se em cima de três promessas: redução dos índices de criminalidade, combate à corrupção e resgate dos valores e costumes tradicionais. Na economia, oscilou entre a pregação liberal de seu economista de estimação, Paulo Guedes, e o fantasma do estatismo – elo que o liga ao PT e aos generais ditadores de 1964.

Na economia, os bolsonaristas não são diferentes de outros eleitores. Querem emprego, inflação baixa e renda.

Não é tarefa fácil, mas o caminho aberto pelo presidente Michel Temer – que consertou os estragos da antecessora do vocativo imposto (“sim, presidenta”) – tornam a empreitada menos tortuosa. Bolsonaro vai herdar de seu antecessor inflação controlada, emprego ascendente e economia preparada para decolar.

Para deslanchar, o capitão-mor precisará reduzir o déficit bilionário e aprovar mudanças constitucionais. Se conseguir passar a reforma da previdência no Parlamento e, com ela, recuperar o equilíbrio fiscal, dá um passo decisivo rumo à popularidade e aos oito anos de mandato.

 

Novatos

Seguir-se-ia, então, o desafio do qual Bolsonaro não pode se esquivar. Salvo os desavisados, nenhum votante de Fernando Haddad (31,93% do eleitorado) esperaria redução significativa da violência urbana e rural num mandato do PT.

Por outro lado, os bolsonaristas exigirão do candidato eleito a redução dos crescentes registros de criminalidade. Em 2017, 60 mil assassinatos e 60 mil estupros (em números arredondados). Ignomínia de uma nação.

A insuportável sensação de insegurança impulsionou o capitão ao altar maior da política brasileira. A patuleia cansou-se das receitas, por infrutíferas, dos ativistas dos direitos humanos.

Simultaneamente, o presidente eleito precisará trancafiar meliantes do erário nas masmorras de Cardozo. Na percepção popular, a gaita que falta para combater o crime organizado, montar um hospital e bem remunerar um professor está no bolso dos corruptos.

É incontornável. Ou Bolsonaro reduz a violência e segue prendendo gatunos de colarinho branco, ou, para regozijo do PT, corre o risco de findar seu reinado no primeiro mandato.

Suas idas e vindas não indicam com clareza a senda que pretende tomar, tampouco firmeza de decisões. Mas, sem dúvida, a escolha do sufeta de Curitiba, Sergio Moro, como comissário da Justiça sedimenta duas de suas prioridades da campanha eleitoral.

Enfim, resta que o sucesso do bolsonarismo repousa em dois novatos nas lides da Máquina Federal: Paulo Guedes e Sergio Moro. Sem contar, claro, os membros do insaciável Poder Legislativo. Mas isto, como escrevi acima, é outra história.

 

* Itamar Garcez é jornalista

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5 dicas de coaching para advogados de sucesso – Especial #Aurumsummit2018

O método que alia ioga e medicina para evitar males antes e após o parto

A francesa Bernadette de Gasquet desenvolveu um interesse especial pelo momento do parto. Ou melhor, por como tornar essa fase tão importante na vida da mulher mais confortável e natural. Valendo-se de ensinamento e da ioga – ela é professora dessa prática desde a década de 1970 – e de sua formação médica, a especialista criou um conjunto de exercícios que, entre outras coisas, visa diminuir complicações do parto, como incontinência urinária e o prolapso genital (a popular bexiga caída). Esse é o Método de Gasquet.

Eis que Bernadette esteve no Brasil para participar do 1º Congresso Brasileiro do Método Abdominal Hipopressivo, a convite do Voll Pilates Group. E concedeu uma entrevista:

De onde veio a ideia e os princípios de incluir conceitos de ioga e ginástica na ginecologia e na obstetrícia?

Sou professora de ioga desde a década de 1970 e, durante meus três partos, entendi que o reflexo normal do corpo da mulher dispensa empurrões ou pressões. O corpo da mulher faz esse movimento, mãe e bebê se movimentam na hora do parto.

Então foi na prática que compreendi que os partos poderiam ser aprimorados, facilitando o movimento natural do corpo da mulher. Eu sou professora de ioga, vivenciei a transformação do corpo durante as gestações, nos partos e pós-partos. Mas, para melhor compreender o funcionamento do corpo humano, resolvi estudar Medicina aos 38 anos.

Na França, a graduação dura oito anos. Quis estudar todas as alterações do corpo feminino na gestação, parto e pós parto, para compreender o que acontece internamente no corpo da mulher grávida. A maioria das pesquisas que fiz foi na área da ginecologia e obstetrícia.

Não queria ser obstetra, mas sim ter o conhecimento médico da fisiologia do parto e multiplicar os conhecimentos da ioga aliados à medicina entre os médicos, pacientes e profissionais da área. Daí vem o Método de Gasquet.

Se fosse possível resumir, como a senhora definiria o Método de Gasquet e suas vantagens?

O pior após o parto é quando os órgãos descem [é o prolapso genital]. Os órgãos são sustentados por ligamentos que não se recuperam por meio de exercícios. Isso é muito frequente.

A causa da incontinência urinária e da queda dos órgãos é interna, não dá para ver. A mulher pode ter um abdominal esteticamente perfeito e sofrer de incontinência urinária. Inclusive, geralmente quem sofre de incontinência urinária tem um abdominal muito forte ou adota uma má postura ao se sentar seguidas horas. E, nos dois casos, os órgãos tendem a cair.

A principal vantagem para as mulheres que procuram meu método é justamente fortalecer, de forma saudável, a pelve, que é a parte do corpo que sustenta esses órgãos. Com isso, evitamos os prolapsos, que podem ocasionar muitos problemas, afetar o prazer sexual, provocar dores nas costas.

O Método de Gasquet tem essa contribuição de colocar tudo no lugar. Ele dá espaço para os órgãos funcionarem corretamente, lutando contra a gravidade. Resumindo, melhora a postura e a respiração, previne prolapsos e dores nas costas e aumenta o prazer sexual. Quando você tem uma boa postura e respira bem, tudo vai bem no seu corpo.

É a postura que vai determinar a respiração. E, no parto, é a respiração vai determinar o empurre que se dá, às vezes, na barriga e no períneo. A respiração funciona para crescer e alongar, não para pressionar.

Há evidências científicas dos benefícios desse método especificamente?

Não. Mas minha tese de doutorado em Medicina mostra que a única forma de proteger o corpo da incontinência urinária é o reflexo expulsivo, que faz o bebê descer e todos os órgãos subirem. Há pesquisas de exames de imagem que mostram que, durante o parto, o corpo da mulher faz um movimento com a pelve que promove o encaixe do bebê e a expulsão no parto.

Há também pesquisas sobre diástase, baseados em estudos de ultrassonografias. Falta uma pesquisa conduzida por um professor universitário para comprovar a eficácia do meu método, mas acho muito difícil de ser feita.


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5 dicas de coaching para advogados de sucesso – Especial #Aurumsummit2018

Como usar as redes sociais para se tornar uma referência na advocacia

“Quer mais clientes? Vire uma referência na advocacia!” Atire a primeira pedra quem nunca ouviu essa frase. O que há poucos anos era um “segredo” de poucos, hoje tornou-se quase um chavão dos advogados empreendedores. Mas como fazê-lo, então?

Considerando a facilidade de entrada e o grande potencial de alcance, a escolha de muitos advogados é aumentar sua presença em redes sociais. Nesse ponto, eles estão certos. As redes sociais têm um enorme potencial para atingir eventuais clientes e transformar os profissionais em referência na advocacia, se forem bem utilizadas.

Por isso, é essencial entender como atuar bem nas redes sociais para aproveitar ao máximo seu potencial. Vamos falar sobre isso no post de hoje.

Seja referência na advocacia com as redes sociais

1. Em quais redes devo estar?

Há inúmeras redes sociais ao nosso dispor. Assim, a primeira dúvida que surge é saber em quais delas o profissional que quer ser referência na advocacia deve estar. A resposta, como não poderia deixar de ser, é… DEPENDE!

Na verdade, essa pergunta tem que ser: qual cliente eu preciso atingir?

Não é possível atingir todos. Na verdade, quanto mais genérica for a comunicação, menos pessoas serão atingidas. É necessário, então, determinar qual público é mais importante atingir, pensando em detalhes, como sua idade, classe social, necessidades, etc. Quanto mais específico, melhor.

Com essas informações, é possível descobrir quais são as redes preferidas dos nossos clientes em potencial e criar ou ampliar a sua presença nelas.

2. Entenda o funcionamento de cada rede

Cada rede tem sua forma de comunicação. A maneira que você se comunica no Instagram é diferente do Twitter, que por sua vez é diferente do LinkedIn, que também é diferente do Facebook.

É essencial entender a linguagem de cada rede social. Uma comunicação errada pode reduzir sua capacidade de se tornar referência na advocacia para os clientes daquele ambiente.

Estude as redes para entender sua linguagem e faça testes para saber o que funciona melhor em cada caso.

3. Foque em produzir um bom conteúdo

A regra principal para redes sociais é trabalhar conteúdo de alta qualidade, de preferência exclusivo. Muitas vezes os profissionais focam em táticas paralelas, como palavras chaves, melhores horários de postagem, otimização de busca, mas não dão a devida atenção ao conteúdo.

Produzir um conteúdo bom e adaptado à linguagem do seu cliente é muito mais importante que qualquer outra tática. Outros recursos podem sim aumentar o seu alcance, mas não adianta nada promover um conteúdo que não reflete o seu melhor trabalho. Sem isso, você não se tornará referência na advocacia, e ainda pode acabar afastando seus clientes.

Evite também compartilhar muito conteúdo de terceiros. Ao fazê-lo, você acaba indiretamente indicando o terceiro, tornando o trabalho dele uma referência na advocacia, ao invés do seu. Se o seu perfil só compartilha conteúdo de outras pessoas, dificilmente trará credibilidade ao seu nome.

Assim, foque em produzir conteúdo original e deixá-lo o melhor possível, sempre atualizando-o e adaptando-o ao feedback dos seus clientes. Mas atenção: a menos que seu foco seja atingir outros advogados, cuidado com o “juridiquês”. Sempre que possível, traduza os termos e expressões jurídicas para melhorar a compreensão de quem lê.

4. Resultados importam mais que números

Existe um pecado capital nas redes sociais: importar-se mais com números de curtidas e seguidores do que com a conversão dessas métricas em clientes.

Curtidas e seguidores representam o que chamamos de métrica de vaidade: ajudam apenas no ego, mas não te tornam referência na advocacia nem convertem clientes se não forem bem trabalhados.

Quantos advogados e escritórios vemos por aí com inúmeros seguidores, mas que não trazem clientes? Ou com inúmeras curtidas e comentários não relacionados ao seu trabalho?

Posts com humor, por exemplo, costumam ter muito mais interações que posts sérios, mas raramente geram conversão e fidelização de clientes. Posts mais informativos costumam gerar menos curtidas e comentários, mas tem maior chances de fazer com que um cliente em potencial envie uma mensagem buscando mais informações.

Por isso, foque no resultado e na informação dos seus clientes em potencial, ao invés de se importar apenas com curtidas, comentários e seguidores.

Conclusão

Como vimos, para se tornar referência na advocacia, não basta estar nas redes sociais: é necessário fazer um trabalho sério, com muita pesquisa, e com foco em produzir um conteúdo de alta qualidade, que seja realmente informativo.

Lembre-se sempre de atentar ao Código de Ética, tomando cuidado para não mercantilizar os seus posts ou divulgar conteúdo que possa ser entendido como captação indevida.

O foco deve ser tornar-se autoridade na advocacia, gerando conteúdo que faça clientes em potencial reconhecerem o seu conhecimento e habilidade profissional. É perfeitamente possível fazê-lo dentro da ética profissional e dos parâmetros determinados pela OAB.

Por isso, não demore: comece já a produzir conteúdo relevante para os seus clientes!

E você, já está usando as redes sociais para se tornar uma referência na advocacia? Compartilhe a sua experiência nos comentários! 🙂


Como usar as redes sociais para se tornar uma referência na advocacia publicado primeiro em: https://www.aurum.com.br/blog/

Como usar as redes sociais para se tornar uma referência na advocacia

“Quer mais clientes? Vire uma referência na advocacia!” Atire a primeira pedra quem nunca ouviu essa frase. O que há poucos anos era um “segredo” de poucos, hoje tornou-se quase um chavão dos advogados empreendedores. Mas como fazê-lo, então?

Considerando a facilidade de entrada e o grande potencial de alcance, a escolha de muitos advogados é aumentar sua presença em redes sociais. Nesse ponto, eles estão certos. As redes sociais têm um enorme potencial para atingir eventuais clientes e transformar os profissionais em referência na advocacia, se forem bem utilizadas.

Por isso, é essencial entender como atuar bem nas redes sociais para aproveitar ao máximo seu potencial. Vamos falar sobre isso no post de hoje.

Seja referência na advocacia com as redes sociais

1. Em quais redes devo estar?

Há inúmeras redes sociais ao nosso dispor. Assim, a primeira dúvida que surge é saber em quais delas o profissional que quer ser referência na advocacia deve estar. A resposta, como não poderia deixar de ser, é… DEPENDE!

Na verdade, essa pergunta tem que ser: qual cliente eu preciso atingir?

Não é possível atingir todos. Na verdade, quanto mais genérica for a comunicação, menos pessoas serão atingidas. É necessário, então, determinar qual público é mais importante atingir, pensando em detalhes, como sua idade, classe social, necessidades, etc. Quanto mais específico, melhor.

Com essas informações, é possível descobrir quais são as redes preferidas dos nossos clientes em potencial e criar ou ampliar a sua presença nelas.

2. Entenda o funcionamento de cada rede

Cada rede tem sua forma de comunicação. A maneira que você se comunica no Instagram é diferente do Twitter, que por sua vez é diferente do LinkedIn, que também é diferente do Facebook.

É essencial entender a linguagem de cada rede social. Uma comunicação errada pode reduzir sua capacidade de se tornar referência na advocacia para os clientes daquele ambiente.

Estude as redes para entender sua linguagem e faça testes para saber o que funciona melhor em cada caso.

3. Foque em produzir um bom conteúdo

A regra principal para redes sociais é trabalhar conteúdo de alta qualidade, de preferência exclusivo. Muitas vezes os profissionais focam em táticas paralelas, como palavras chaves, melhores horários de postagem, otimização de busca, mas não dão a devida atenção ao conteúdo.

Produzir um conteúdo bom e adaptado à linguagem do seu cliente é muito mais importante que qualquer outra tática. Outros recursos podem sim aumentar o seu alcance, mas não adianta nada promover um conteúdo que não reflete o seu melhor trabalho. Sem isso, você não se tornará referência na advocacia, e ainda pode acabar afastando seus clientes.

Evite também compartilhar muito conteúdo de terceiros. Ao fazê-lo, você acaba indiretamente indicando o terceiro, tornando o trabalho dele uma referência na advocacia, ao invés do seu. Se o seu perfil só compartilha conteúdo de outras pessoas, dificilmente trará credibilidade ao seu nome.

Assim, foque em produzir conteúdo original e deixá-lo o melhor possível, sempre atualizando-o e adaptando-o ao feedback dos seus clientes. Mas atenção: a menos que seu foco seja atingir outros advogados, cuidado com o “juridiquês”. Sempre que possível, traduza os termos e expressões jurídicas para melhorar a compreensão de quem lê.

4. Resultados importam mais que números

Existe um pecado capital nas redes sociais: importar-se mais com números de curtidas e seguidores do que com a conversão dessas métricas em clientes.

Curtidas e seguidores representam o que chamamos de métrica de vaidade: ajudam apenas no ego, mas não te tornam referência na advocacia nem convertem clientes se não forem bem trabalhados.

Quantos advogados e escritórios vemos por aí com inúmeros seguidores, mas que não trazem clientes? Ou com inúmeras curtidas e comentários não relacionados ao seu trabalho?

Posts com humor, por exemplo, costumam ter muito mais interações que posts sérios, mas raramente geram conversão e fidelização de clientes. Posts mais informativos costumam gerar menos curtidas e comentários, mas tem maior chances de fazer com que um cliente em potencial envie uma mensagem buscando mais informações.

Por isso, foque no resultado e na informação dos seus clientes em potencial, ao invés de se importar apenas com curtidas, comentários e seguidores.

Conclusão

Como vimos, para se tornar referência na advocacia, não basta estar nas redes sociais: é necessário fazer um trabalho sério, com muita pesquisa, e com foco em produzir um conteúdo de alta qualidade, que seja realmente informativo.

Lembre-se sempre de atentar ao Código de Ética, tomando cuidado para não mercantilizar os seus posts ou divulgar conteúdo que possa ser entendido como captação indevida.

O foco deve ser tornar-se autoridade na advocacia, gerando conteúdo que faça clientes em potencial reconhecerem o seu conhecimento e habilidade profissional. É perfeitamente possível fazê-lo dentro da ética profissional e dos parâmetros determinados pela OAB.

Por isso, não demore: comece já a produzir conteúdo relevante para os seus clientes!

E você, já está usando as redes sociais para se tornar uma referência na advocacia? Compartilhe a sua experiência nos comentários! 🙂


Como usar as redes sociais para se tornar uma referência na advocacia publicado primeiro em: https://www.aurum.com.br/blog/

Dieta amazônica: uma receita brasileira para viver mais

Guaraná vem do termo indígena “waraná” e significa “o princípio de todo o conhecimento”. Não poderia existir tradução mais perfeita. Foi esse frutinho que abriu os olhos de estudiosos à caça de uma explicação para a elevada expectativa de vida de Maués, município com cerca de 62 mil habitantes no Amazonas. Lá, 1% da população ultrapassa os 80 anos com um baita vigor. “Em países asiáticos e mediterrâneos, famosos por serem longevos, o índice equivale a meio por cento”, compara o geriatra Euler Ribeiro, da Universidade do Estado do Amazonas.

Intrigado com esse achado, o médico convidou a biogerontóloga Ivana Cruz, professora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, para esmiuçar a fórmula por trás da vitalidade desses homens e mulheres que moram próximos às matas, cercados de igarapés e vasta vegetação. Mais de dez anos de expedição científica renderam inúmeras descobertas. Juntos, Euler e Ivana descortinaram um cardápio cheio de sabores, nutrientes e benefícios, que não deve em nada ao badalado menu mediterrâneo. E o batizaram, claro, de dieta amazônica.

Como Maués é o berço do guaraná, e a fruta é presença constante no dia a dia da população, uma das primeiras constatações do grupo de pesquisadores foi a associação do alimento com o pique dos anciãos ribeirinhos. Mais do que dar energia, porém, um estudo com 637 idosos da região concluiu que, entre os fãs do frutinho, havia menor propensão a pressão alta e obesidade.

As taxas de colesterol estavam mais equilibradas naqueles que o consumiam habitualmente, em comparação com quem não ingeria”, revela a professora Ivana. Sim, parece que o guaraná é uma espécie de talismã cardiovascular.

Experimentos realizados nos laboratórios da UFSM, tanto em células como em cobaias, indicam, ainda, suas propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e antitumorais. “Em um trabalho com células-tronco, observamos que o guaraná ajuda a reverter alguns sinais do envelhecimento“, revela Ivana.

Existem indícios, vindos de outras pesquisas pelo Brasil e mundo afora, de que a fruta desempenha um papel especial no cérebro, particularmente na preservação da memória. Tantos poderes resultam de uma mistura – tida como mágica pelos povos locais – de diversos compostos bioativos.

Desse caldo se destacam as catequinas, presentes também no prestigiado chá-verde, e as xantinas, caso da teobromina e da cafeína, que faz a fama do café. É provável que, agora, você já esteja decifrando de onde vem o apelo energético do guaraná. Muito antes de a ciência reconhecer seus atributos, era a ação estimulante que conferia popularidade ao alimento. Pajés e curumins já sabiam de longa data, e o homem branco aprendeu a lição.

O agrônomo André Luiz Atroch, da Embrapa Amazônia Ocidental, conta que os indígenas sempre usaram o guaraná antes de se embrenharem na selva para atividades extenuantes, como a caça. “Eles domesticaram a espécie, que era um tipo de trepadeira, e passaram a plantá-la em solo aberto”, ensina. O sucesso do cultivo é resultado direto do cuidado secular dessas tribos, especialmente a Sateré-Mawé, que, inclusive, tem orientado a produção sustentável atualmente.

Foram os índios, aliás, que nos legaram a receita da bebida à base da fruta. Na preparação, que faz parte de ritos, a semente é torrada, triturada e moldada em forma de bastão, para depois ser defumada. Na sequência, passa por um ralador – no caso, pedras ou a língua seca do peixe pirarucu – e, por fim, diluída em água.

O líquido resultante é amargo e costuma ser tomado logo cedo, em jejum, pelo povo de Maués. Mas pode aparecer ao longo do dia também para atenuar o calor, intenso em solo amazônico, e ajudar a recobrar as forças. E há quem prefira usá-lo em refrescos, misturando o preparo ao suco de frutas da região e adoçando com mel.

Se você curtiu a ideia, só vale ouvir um sábio conselho antes: atenção com o alto teor de cafeína! Sobretudo aos mais sensíveis à substância, o excesso pode trazer insônia, palpitações e até irritação gástrica. Ribeiro sugere uma colherinha de café do pó por dia (algo em torno de 90 miligramas). De preferência de manhã, como fazem os longevos da floresta.

Muito além da comida

Dieta não faz milagre, claro. E os especialistas atribuem o sucesso dos povos mediterrâneos no quesito longevidade a aspectos que não se resumem ao que eles consomem no dia a dia. É o estilo de vida, como um todo, que traz saúde. Os europeus são ativos, curtem festa e contemplação, e não dispensam um cochilo vespertino. Com os povos amazônicos, não é tão diferente.

Euler Ribeiro conta que em Maués se dorme, em média, dez horas por dia e poucos sofrem com estresse. Outra: ninguém nega suor. “Eles caminham com carga na floresta, remam muitas horas por dia…”

O café da manhã amazônico

Na Amazônia, uma mesa matinal deve ter itens que vão além do café com leite. “Para o brasileiro, em geral, é difícil imaginar o desjejum sem um pão francês quentinho”, comenta a nutricionista Grazielle Weis, do time da UFSM. J

á em Maués e outras cidades ribeirinhas e do interior da Região Norte, ele não tem muita vez, não. Ali quem domina são as raízes. E a soberana, nesse sentido, é aquela que já foi apelidada de “rainha do Brasil”. Falamos da mandioca, mais conhecida no pedaço por macaxeira.

Junto do guaraná, era ela que fornecia energia e disposição aos antigos povos indígenas. Hoje, por meio da tapioca, se popularizou pelo Brasil – literalmente do Oiapoque ao Chuí -, caindo no gosto de quem não pode (ou não quer) comer produtos de trigo e de outros cereais originalmente vindos de além-mar.

Entre os tubérculos que vão à mesa desde a manhã, também briga por espaço o cará, tanto em sua versão clarinha quanto na arroxeada, que concentra pigmentos de ação antioxidante. Esses vegetais são cozidos com água e servidos sem tempero ou com uma pitadinha de sal. Simples assim.

O consumo da mandioca e do cará respeita certas tradições da terra e cumpre muito bem a missão de suprir o organismo com carboidrato, fundamental para o dia nascer feliz. Afinal, depois de horas de sono e jejum, o cérebro fica com fome de glicose. Daí a urgência do nutriente que ajuda a botar tudo para funcionar.

Quem gosta de incrementar o café da manhã costuma abrir espaço para plantas e frutas nativas, que desfilam cores, sabores e ainda mais fitoquímicos. Francisco Nascimento, professor de nutrição da Universidade Federal do Pará, conta que a pupunha é das mais apreciadas. “Se come cozida junto do café”, diz o integrante do projeto Biodiversidade para Alimentação e Nutrição, iniciativa que visa promover o uso sustentável e ampliar o consumo de alimentos nativos.

O pesquisador anda investigando a composição nutricional da pupunha e de muitas outras espécies nortistas. Ela esbanja carotenoides, clã de substâncias que tingem os vegetais de vermelho, amarelo e laranja. Betacaroteno e licopeno, os representantes mais conhecidos dessa família – e também presentes, respectivamente, na cenoura e no tomate -, vêm se notabilizando por reduzir o risco de câncer.

“Em um café da manhã típico do Amazonas, também não pode faltar o tucumã”, aponta a nutricionista Cynthia Antonaccio, manauara que trouxe muitos dos costumes de sua terra para a capital paulista, onde comanda a Equilibrium Consultoria. De polpa doce e amarela e riquíssimo em carotenoides, o fruto é estrela de um lanche famoso na região, o X-caboquinho.

Além de entrar no sanduba, o tucumã se destaca nos laboratórios de pesquisa por seu potencial de bater de frente com o diabetes. Em experiência com camundongos na UFSM, observou-se que o óleo do fruto blinda o fígado de quem possui a doença. “Como esse órgão tem um papel central na regulação dos níveis de glicose, sua proteção é essencial para manter as funções metabólicas adequadas”, explica o biomédico Matheus Baldissera, autor do estudo.

O tucumã, que dá em um tipo de palmeira, enriquece outras receitas. “Cortado em lascas, fica ótimo misturado no arroz ou na farofa”, conta a nutricionista Dionisia Nagahama, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia.

Quem são os integrantes do almoço e do jantar

Por falar em farofa, uma unanimidade na dieta amazônica é a farinha. Já ensinava o historiador Luís da Câmara Cascudo (1898-1986): “Constituía o conduto essencial e principal, acompanhando todas as coisas comíveis, da carne à fruta”. Essa predileção se apresenta em tudo quanto é prato até hoje, do café da manhã ao jantar.

“Existem diversos tipos, desde a granulosa até a fina, a amarela, a esbranquiçada”, enumera Nascimento. Sua matéria-prima quase sempre é a mandioca, mas há uma em especial feita de peixe e conhecida como piracuí. Foi criada por nossos ancestrais como forma de conservar o pescado e garantir proteína o ano todo.

Para quem mora perto do maior rio do mundo, peixe é que não falta na cumbuca. Enquanto o consumo do brasileiro é de 10 quilos por ano, em média, estima-se que na Amazônia o número ultrapasse os 30. “Em algumas regiões ribeirinhas chega perto de 50”, calcula a engenheira de alimentos Hellen Kato, da Embrapa Pesca e Aquicultura.

A preferência pelos pescados vem de longe. “A quantidade de restos encontrados em sítios arqueológicos mostra que os peixes eram elemento-chave da dieta dos povos indígenas entre os séculos 8 e 15”, ensina a arqueóloga Gabriela Prestes Carneiro, da Universidade Federal do Oeste do Pará. Pirarucu, tambaqui, tucunaré, surubim e pintado já entravam no caldeirão e foram vitais para a sobrevivência dessas populações.

Felizmente, tamanha variedade persiste nas receitas hoje em dia. E é nessa equação de mais pescados menos carne vermelha que encontramos outra explicação para a longevidade dos adeptos da dieta amazônica. Ora, dá pra nadar de braçada na quantidade de estudos que endossam ampliar a ingestão de peixes buscando maior qualidade e expectativa de vida.

Nos preparos caseiros de Maués, por exemplo, nem a cabeça do bicho é desperdiçada. Sorte de quem come, pois assim se garante um aporte extra de fósforo para os ossos e os músculos.

Na panela do premiado chef Saulo Jennings, do restaurante A Casa do Saulo, em Santarém (PA), só entra pescado da época. “Procuramos respeitar o período de reprodução”, afirma.

O cozinheiro revela que os pescadores das comunidades ribeirinhas têm consciência sobre a importância da preservação. Sua cozinha, que fica às margens do Rio Tapajós, também prioriza ingredientes nativos, caso da chicória, hortaliça bem distinta da encontrada no Sul do país.

Vira e mexe o jambu é outro que marca presença na culinária local. Exótico, provoca sensações de formigamento e dormência na boca. “Um dos compostos químicos responsáveis pelo seu paladar diferenciado é o espilantol”, conta a farmacêutica Audrei Alves, da equipe da UFSM. Essas propriedades anestésicas despertaram a atenção dos gringos, que já detêm diversas patentes com derivados da planta.

Cozinha temperada

Outra herança ancestral, e que certos povos amazônicos conservam, é economizar nas pitadas de sal e abusar de ervas e condimentos para dar sabor aos pratos. A pimenta é das mais utilizadas – tipos como a malagueta enriquecem caldos e caldeiradas.

Outro item que realça as receitas é o urucum ou “uru-ku”, que significa “vermelho”. Sua semente esconde um pigmento que, além de deixar a comida mais rubra e vistosa, é usado para pintar o corpo dos índios em dias de festas e rituais.

O poder das frutas da Amazônia

Não dá pra falar em dieta amazônica sem entrar no mérito de uma de suas maiores preciosidades, o açaí. Segundo a mitologia local, ele teria surgido pelas mãos de Tupã, uma das principais divindades indígenas. O fruto carrega um combo de cálcio, fibras e antocianinas, pigmentos que lhe conferem a cor roxa.

Outro chamariz da polpa – conhecida como vinho – é o teor de gorduras boas, as mesmas que lhe garantem a consistência cremosa e fazem dele um poderoso energético.

Nas comunidades ribeirinhas, o açaí é degustado junto de tapioca e mel, nos intervalos das grandes refeições. “Também aparece no almoço e no jantar compondo receitas tradicionais de pirão”, conta Nascimento.

A farmacêutica Audrei Alves revela que começam a brotar evidências, ainda que em laboratório, de que o alimento tem papel na longevidade. “Ele ajuda a modular genes que aumentam o tempo de vida”, explica.

Outro feito mais estudado do açaí é sua capacidade de preservar as artérias. Embora as antocianinas, com sua ação antioxidante, tenham participação nessa história, não podemos esquecer dos fitoesteróis ali dentro. A substância, incorporada a produtos industrializados como margarinas, auxilia na redução do colesterol.

Se o coração dos povos amazônicos bate forte, há que botar isso na conta de outras espécies também. O cubiu é uma delas. Esse frutinho é um parente do tomate que concentra betacaroteno, quercetina, taninos, ácido gálico e vitamina C… Ufa!

“O extrato da polpa impede a oxidação do colesterol”, aponta a química Greice Montagner, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Evitando esse fenômeno, os vasos escapam dos danos que resultam em seu entupimento, estopim para um infarto.

Na prateleira de frutas menos conhecidas no resto do Brasil, ganham menção honrosa o araçá-boi e a pitomba. “Elas têm potencial anticâncer”, observa Gláucia Pastore, professora de engenharia de alimentos da Universidade Estadual de Campinas.

Mel, doce mel

Conta a lenda que a índia Uniawamoni não quis subir ao céu junto de seu irmão, que se transformaria no Sol. Ela escolheu ficar na Terra para proteger o guaraná, assumindo a forma da abelha-canudo. Tem cumprido bem a missão, pois trabalha na polinização da flora da região e na produção de mel. O alimento continua adoçando os preparos mais ao interior dos estados.

Em Manaus e outras capitais, o açúcar refinado vem tomando seu lugar. “Inclusive já notamos exagero no consumo”, repara a nutricionista Dionisia Nagahama. A depender da abelha e da flora, os méis ofertam, além da doçura, minerais e compostos fitoquímicos bem-vindos.

Tesouros ainda não encontrados (e as castanhas)

Mesmo que os olhos da ciência estejam se voltando cada vez mais para essa riqueza amazônica, especialistas acreditam que ainda falta muito a desbravar. “A flora daqui é subutilizada”, diz o biólogo Valdely Kinupp, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas. O professor defende que a sociedade precisa conhecer o que a nossa natureza oferta para diversificar no prato e comer melhor.

Você já ouviu falar em monguba, castanha-de-galinha ou xixá? Pois é. Kinupp ensina que todas são castanhas comestíveis encontradas na mata. Pelo menos outra espécie, a castanha-do-brasil (ou do-pará) já reúne um fã-clube pelo país. Que bom: trata-se da melhor fonte de selênio, mineral que nos defende de males como o Alzheimer.

“O selênio também reforça nosso sistema imunológico”, explica a nutricionista Silvia Cozzolino, da Universidade de São Paulo. Basta uma unidade por dia.

Quem sabe que tesouros nutricionais não se escondem em tantas outras castanhas, frutas e plantas da Amazônia? “É preciso trazer à tona o conhecimento dos povos tradicionais”, afirma Kinupp. Resgatando as espécies, decifrando-as cientificamente e exportando achados e ingredientes tão empolgantes, pode ter certeza: mais brasileiros vão passar dos 80 anos cheios de energia.

Compare os ingredientes das dietas amazônica e mediterrânea

Guaraná x Vinho tinto

Esses são dois aliados do coração. Ninguém vai sugerir trocar o vinho pelo pó de guaraná, sobretudo em um jantar a dois. O paralelo aqui é que, com equilíbrio, ambos resguardam o sistema cardiovascular.

Enquanto o produto da uva oferta resveratrol, bem-vindo aos vasos, o guaraná tem um mix antioxidante que ajuda a blindar as artérias.

Açaí x Berries

Uma das principais desvantagens de amoras, framboesas e outras berries é o preço. Os europeus podem se refestelar, mas, por aqui, nem sempre encontramos o ano todo.

Em matéria de antocianinas, os pigmentos que dão o tom roxo dessas frutas, o Brasil tem seu campeão, o açaí – hoje disponível em quase todo mercado. Esses pigmentos neutralizam os radicais livres, moléculas que, sem controle, contribuem para doenças cardiovasculares e neurológicas.

Mandioca x Pão

Variar o cardápio é sempre uma boa pedida, especialmente se você é daqueles viciados em pão. Ele também aparece na dieta mediterrânea, vá lá, mas com a devida moderação.

Saiba que substituí-lo pela mandioca cozida no café da manhã ajuda a prolongar a saciedade. Isso porque a raiz contém um arranjo de amido e fibras, capaz de liberar a glicose mais lentamente para o corpo. Dose de energia por um tempo maior.

Jaraqui x Pescada

Na terra de Iara, a mãe da água, o peixe não pode ficar de fora. “Os pescados amazônicos são ricos em minerais como cálcio, ferro e zinco”, nota a nutricionista Grazielle Weis.

Um dos mais populares é o jaraqui, dotado de uma excelente proporção de gorduras, entre elas o ômega-3. Não deve em nada – e às vezes até supera – a pescada e outras espécies marinhas.

Pupunha x Pimentão

Enquanto a culinária mediterrânea abusa de hortaliças como pimentão, que perdem parte de sua riqueza ao passar por altas temperaturas, aqui temos frutos que ficam até mais nutritivos ao serem cozidos.

Pupunha, buriti, cubiu e outros são cheios de betacaroteno, antioxidante que protege nossa visão e é mais bem aproveitado quando aquecido.

Azeite de tucumã x Azeite de oliva

Se no Mediterrâneo eles têm o óleo da azeitona, aqui há o azeite feito com esse fruto amazônico. Mesmo que o uso culinário seja distinto, é possível afirmar que ambos agregam vantagens aos pratos.

“Entre outras substâncias, o óleo de tucumã oferece vitamina E e betacaroteno, o precursor da vitamina A”, diz Laura Abreu, pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental. Sem contar a composição equilibrada de gorduras do bem.

Castanha-do-Brasil x Noz

Quando o assunto é selênio, mineral crucial para o organismo, não tem concorrência: a nossa castanha é imbatível. Nenhuma outra oleaginosa é páreo. As nozes, típicas do Hemisfério Norte, ficam no chinelo. É que a castanheira nativa é uma espécie que tende a acumular o mineral, captado do solo.

“Mas pode haver uma boa variação no teor da substância, de acordo com o local de extração”, esclarece Lúcia Wadt, pesquisadora da Embrapa Rondônia.


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Wednesday, November 28, 2018

O que é chikungunya: quais os sintomas, o tratamento e a prevenção

A febre chikungunya é uma infecção causada pelo vírus de mesmo nome que provoca sintomas como aumento na temperatura corporal e mal-estar, em um quadro que lembra gripe ou mesmo dengue. Mais do que isso, o problema está por trás de fortes dores nas articulações.

O chikungunya (ou CHICKV) é transmitido pela picada de dois mosquitos, o Aedes agypti, comum nas cidades brasileiras, e o Aedes albopictus, mais restrito a locais cheios de vegetação.

Ao acessar a corrente sanguínea, o vírus consegue se multiplicar e afetar uma membrana que recobre as articulações. Daí as dores em dedos, pulsos e tornozelos, característica que ajuda a diferenciar a infecção de um quadro típico de dengue. Às vezes, esses sintomas persistem por meses ou até mais tempo.

Por outro lado, há muitas pessoas que são infectadas com chikungunya, mas não manifestam qualquer sintoma. O problema: não dá para saber quem vai reagir bem ou mal à invasão desse inimigo da saúde. As medidas de prevenção, portanto, devem valer para todos.

Para conter a doença, que avançou no país recentemente, as autoridades recomendam combater o criadouro do vetor, o mosquito Aedes aegypti — que tem menos de 1 centímetro, cor escura e listrinhas brancas no corpo e nas pernas. A fêmea, responsável pela picada, deposita os ovos infectados em depósitos de água parada, propiciando a multiplicação da espécie transmissora do chikungunya.

Felizmente, são raros os casos de complicações potencialmente fatais da doença. Uma vez que o organismo debela o agente infeccioso, a pessoa se torna imune ao vírus para o resto da vida. No entanto, como dissemos, casos específicos podem evoluir para uma espécie de artrite crônica.

Sinais e sintomas do chikungunya

  • Febre
  • Dor nas articulações
  • Dor de cabeça
  • Fadiga
  • Erupções na pele

Fatores de risco

  • Exposição ao mosquito transmissor, o Aedes aegypti
  • Alta temperatura, umidade do ar e chuvas frequentes, que favorecem a multiplicação desse inseto
  • Depósitos de água parada
  • Baixa imunidade

A prevenção

Como ainda não há uma vacina contra o chikungunya, a maneira de evitar o alastramento da infecção é reduzir ou eliminar a presença do Aedes aegypti, o principal transmissor.

Deve-se manter vigilância constante e acabar com focos de água parada, ambientes propícios para o desenvolvimento do inseto. As medidas aconselhadas aqui são: manter tampados reservatórios, colocar areia em pratos embaixo de vasos de plantas, limpar calhas, não guardar garrafas, pneus ou qualquer outro vasilhame em lugares sujeitos a formar poças. Lixo acumulado é outro perigo a ser evitado.

Você também pode instalar telas nas janelas impedir a entrada dos mosquitos. Mas vale lembrar que o criadouro deles pode estar justamente dentro de casa.

Outra tática para afastar o Aedes aegypti, e, consequentemente, o chikungunya, é passar repelente no corpo. A orientação é fugir de fórmulas caseiras e investir nos produtos industrializados feitos com substâncias reconhecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Sempre siga as instruções de uso e reaplicação.

O diagnóstico

Com sintomas parecidos com os de gripe e dengue, a febre chikungunya se distingue pelas fortes dores que pode causar nas articulações. Para confirmar a doença, porém, é preciso se submeter a um exame de sangue que revela se há anticorpos contra o CHIKV.

Hoje, há testes sanguíneos mais rápidos, disponíveis na rede pública, capazes de diferenciar os vírus chikungunya, zika e da dengue

O tratamento

Não há um remédio específico para enfrentar o CHIKV. Repouso e reforço na ingestão de líquidos são as principais medidas para quem foi infectado. O médico avaliará ainda se é necessário prescrever antitérmicos, analgésicos e anti-inflamatórios para aplacar febre e dores.

A automedicação desaconselhada nesses casos: embora manifestações hemorrágicas sejam incomuns na febre chikungunya, remédios com ácido acetilsalicílico na fórmula podem causar complicações sérias.

Nos casos em que as dores nas juntas se prolongam, o tratamento deve ser individualizado, até porque a ciência ainda precisa evoluir bastante nos efeitos de longo prazo dessa infecção.

Se você quiser, temos um vídeo resumido do que é o chikungunya. Confira:


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Os principais desafios do jovem advogado no Brasil e como superá-los

Escrever sobre os desafios do jovem advogado – e da jovem advogada – no Brasil é sempre muito difícil, principalmente pelas dimensões continentais que o país possui. A demanda da jovem advocacia no Sul, muito provavelmente é distante daquela existente no Norte no país.

As dificuldades enfrentadas por nós, jovens advogados e advogadas, são pautas recorrentes entre as conversas e discussões no meio jurídico. Pouca experiência, altíssima concorrência, dificuldades financeiras, posicionamento no mercado de trabalho, rede de relacionamentos – entre muitas outras descobertas a cada dia.

A ideia do artigo deste mês é justamente esta, demonstrar quais são os principais desafios do jovem advogado no Brasil, como tentar superá-los e, por fim, qual a perspectiva para a jovem advocacia brasileira nos próximos anos.

Principais desafios do jovem advogado

Rede de relacionamentos: networking

Uma das principais características de um bom advogado é sua rede de relacionamentos. Ele conhece as pessoas ao seu redor e, por conhecer a dinâmica do espaço em que vive, sabe qual a necessidade de seu cliente. Ou, ainda, sabe o que seus colegas estão estudando e se existe essa demanda.

Em outra oportunidade escrevi justamente sobre a necessidade de os jovens advogados participarem em instituições comerciais, empresariais e industriais, com o objetivo de serem reconhecidos. Estar conectado com essas áreas faz com que entendam a dinâmica e a cabeça do empresário que, ao final, é sempre seu possível cliente.

Além disso, a participação na Ordem dos Advogados do Brasil também é essencial. É um local onde também são criadas redes de relacionamentos para, eventualmente, firmarem parcerias profissionais. Conhecer seus colegas e qual o nicho em que atuam torna mais fácil identificar seu próprio nicho.

Talvez uma das principais oportunidades que a Ordem dos Advogados do Brasil oferece nesse sentido são as comissões temáticas, órgãos de assessoramento da OAB. Participar de alguma delas é uma ótima oportunidade para que os jovens advogados superem a dificuldade inicial de se criar uma rede de relacionamentos e possam, assim, conhecer outros advogados.

Incentivo aos concursos públicos

Não há como negar que outro ponto que faz parte dos desafios do jovem advogado é o incentivo ao concurso público, estimulado desde o início da faculdade, seja pelos professores, seja pela própria família.

Muitos jovens advogados iniciam a carreira na advocacia insatisfeitos, pois seu amigo, ou colega de turma, foi aprovado em um concurso que lhe conferiu estabilidade e uma boa remuneração no início da carreira.

Os jovens advogados precisam ter em mente que concurso público não é a única opção. Quem quer não seguir nesse ramo, precisa saber que é necessário perseverar na advocacia, pois os frutos somente serão colhidos depois de algum tempo no mercado.

É uma realidade difícil de encarar no início da profissão, pois os boletos precisam ser pagos de qualquer forma, mas a chave para sucesso é a perseverança e dedicação com a advocacia.

Contudo, em um cenário onde muitos vislumbram dificuldade, é preciso ver oportunidade. O jovem advogado deve aproveitar o momento de incertezas do mercado e se destacar.

Alta especialização

Aqui não é apenas uma dificuldade para o jovem advogado, mas uma oportunidade.

O mercado está cada vez mais especializado e com novas possibilidades. De inteligência artificial aliada ao direito, tecnologia, startups, criptomoedas, segurança da informação, até a reforma trabalhista. Oportunidades não faltam ao jovem advogado e advogada. Cabe unicamente ao profissional perceber este direcionamento e abraçar alguma delas.

A inovação e especialização são dificuldades para aqueles que vislumbram esta mudança no mercado com a cabeça fechada. Não percebem que para superar este problema é necessário identificar sua área de atuação – que só é possível conversando com os colegas que atuam nas diversas áreas – e estudar, estudar e estudar.

As novas áreas, aliadas a rápida troca de informações e de conhecimento criam um ambiente fértil àqueles que sabem aproveitar a mudança. Cabe ao jovem advogado, peça fundamental desta alteração no paradigma, não se intimidar e buscar seu espaço. Assim, será superado mais um dos desafios do jovem advogado.

Prerrogativas

Talvez quem mais sofra na pele as violações das prerrogativas seja o jovem advogado e a jovem advogada. Isso pode acontecer por diversos motivos, como pouco tempo de atividade profissional, aparência mais jovem e desconhecimento de suas prerrogativas.

É dever do jovem advogado conhecer o Estatuto da OAB e o Código de Ética, não apenas para acertar as questões do exame de ordem, mas principalmente porque lá constam todos seus direitos e deveres, que devem ser respeitados pelos demais sujeitos do processo.

Nós, jovens advogados, não podemos desistir. Para perseverar na prática da advocacia é fundamental levantarmos a cabeça e batermos de frente com as injustiças perpetradas em face do advogado em início de carreira.

Conclusão

O jovem advogado deve perceber que o mercado é dinâmico, assim como é a jovem advocacia. Portanto, a forma de advogar que perdurava até pouco tempo atrás pode não servir de parâmetro para quem está começando a carreira.

As dificuldades devem ser enfrentadas como obstáculos para crescer na carreira, não apenas como pedras no caminho. O jovem advogado deve ser um entusiasta das oportunidades que aparecem, mas nunca um oportunista.

Se possível, deve ler livros não jurídicos, ler poesia, conhecer a história do país em que vive, saber de economia, entre outros temas. O cliente não quer apenas saber como contar prazo, ou se os contratos eletrônicos estão substituindo os contratos físicos. Ele quer um advogado em que possa confiar.

Mais importante do que aproveitar a oportunidade profissional, é perceber que a jovem advocacia é sempre mais forte quando estiver unida defendendo seus interesses. Desta forma, iremos superar os desafios do jovem advogado no Brasil.

Qual foi o seu principal desafio como jovem advogado? E o que fez para superá-lo? Compartilhe com a gente um pouco da sua experiência aqui nos comentários! Acompanhe o blog da Aurum para mais conteúdos como este. 🙂


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Os principais desafios do jovem advogado no Brasil e como superá-los

Escrever sobre os desafios do jovem advogado – e da jovem advogada – no Brasil é sempre muito difícil, principalmente pelas dimensões continentais que o país possui. A demanda da jovem advocacia no Sul, muito provavelmente é distante daquela existente no Norte no país.

As dificuldades enfrentadas por nós, jovens advogados e advogadas, são pautas recorrentes entre as conversas e discussões no meio jurídico. Pouca experiência, altíssima concorrência, dificuldades financeiras, posicionamento no mercado de trabalho, rede de relacionamentos – entre muitas outras descobertas a cada dia.

A ideia do artigo deste mês é justamente esta, demonstrar quais são os principais desafios do jovem advogado no Brasil, como tentar superá-los e, por fim, qual a perspectiva para a jovem advocacia brasileira nos próximos anos.

Principais desafios do jovem advogado

Rede de relacionamentos: networking

Uma das principais características de um bom advogado é sua rede de relacionamentos. Ele conhece as pessoas ao seu redor e, por conhecer a dinâmica do espaço em que vive, sabe qual a necessidade de seu cliente. Ou, ainda, sabe o que seus colegas estão estudando e se existe essa demanda.

Em outra oportunidade escrevi justamente sobre a necessidade de os jovens advogados participarem em instituições comerciais, empresariais e industriais, com o objetivo de serem reconhecidos. Estar conectado com essas áreas faz com que entendam a dinâmica e a cabeça do empresário que, ao final, é sempre seu possível cliente.

Além disso, a participação na Ordem dos Advogados do Brasil também é essencial. É um local onde também são criadas redes de relacionamentos para, eventualmente, firmarem parcerias profissionais. Conhecer seus colegas e qual o nicho em que atuam torna mais fácil identificar seu próprio nicho.

Talvez uma das principais oportunidades que a Ordem dos Advogados do Brasil oferece nesse sentido são as comissões temáticas, órgãos de assessoramento da OAB. Participar de alguma delas é uma ótima oportunidade para que os jovens advogados superem a dificuldade inicial de se criar uma rede de relacionamentos e possam, assim, conhecer outros advogados.

Incentivo aos concursos públicos

Não há como negar que outro ponto que faz parte dos desafios do jovem advogado é o incentivo ao concurso público, estimulado desde o início da faculdade, seja pelos professores, seja pela própria família.

Muitos jovens advogados iniciam a carreira na advocacia insatisfeitos, pois seu amigo, ou colega de turma, foi aprovado em um concurso que lhe conferiu estabilidade e uma boa remuneração no início da carreira.

Os jovens advogados precisam ter em mente que concurso público não é a única opção. Quem quer não seguir nesse ramo, precisa saber que é necessário perseverar na advocacia, pois os frutos somente serão colhidos depois de algum tempo no mercado.

É uma realidade difícil de encarar no início da profissão, pois os boletos precisam ser pagos de qualquer forma, mas a chave para sucesso é a perseverança e dedicação com a advocacia.

Contudo, em um cenário onde muitos vislumbram dificuldade, é preciso ver oportunidade. O jovem advogado deve aproveitar o momento de incertezas do mercado e se destacar.

Alta especialização

Aqui não é apenas uma dificuldade para o jovem advogado, mas uma oportunidade.

O mercado está cada vez mais especializado e com novas possibilidades. De inteligência artificial aliada ao direito, tecnologia, startups, criptomoedas, segurança da informação, até a reforma trabalhista. Oportunidades não faltam ao jovem advogado e advogada. Cabe unicamente ao profissional perceber este direcionamento e abraçar alguma delas.

A inovação e especialização são dificuldades para aqueles que vislumbram esta mudança no mercado com a cabeça fechada. Não percebem que para superar este problema é necessário identificar sua área de atuação – que só é possível conversando com os colegas que atuam nas diversas áreas – e estudar, estudar e estudar.

As novas áreas, aliadas a rápida troca de informações e de conhecimento criam um ambiente fértil àqueles que sabem aproveitar a mudança. Cabe ao jovem advogado, peça fundamental desta alteração no paradigma, não se intimidar e buscar seu espaço. Assim, será superado mais um dos desafios do jovem advogado.

Prerrogativas

Talvez quem mais sofra na pele as violações das prerrogativas seja o jovem advogado e a jovem advogada. Isso pode acontecer por diversos motivos, como pouco tempo de atividade profissional, aparência mais jovem e desconhecimento de suas prerrogativas.

É dever do jovem advogado conhecer o Estatuto da OAB e o Código de Ética, não apenas para acertar as questões do exame de ordem, mas principalmente porque lá constam todos seus direitos e deveres, que devem ser respeitados pelos demais sujeitos do processo.

Nós, jovens advogados, não podemos desistir. Para perseverar na prática da advocacia é fundamental levantarmos a cabeça e batermos de frente com as injustiças perpetradas em face do advogado em início de carreira.

Conclusão

O jovem advogado deve perceber que o mercado é dinâmico, assim como é a jovem advocacia. Portanto, a forma de advogar que perdurava até pouco tempo atrás pode não servir de parâmetro para quem está começando a carreira.

As dificuldades devem ser enfrentadas como obstáculos para crescer na carreira, não apenas como pedras no caminho. O jovem advogado deve ser um entusiasta das oportunidades que aparecem, mas nunca um oportunista.

Se possível, deve ler livros não jurídicos, ler poesia, conhecer a história do país em que vive, saber de economia, entre outros temas. O cliente não quer apenas saber como contar prazo, ou se os contratos eletrônicos estão substituindo os contratos físicos. Ele quer um advogado em que possa confiar.

Mais importante do que aproveitar a oportunidade profissional, é perceber que a jovem advocacia é sempre mais forte quando estiver unida defendendo seus interesses. Desta forma, iremos superar os desafios do jovem advogado no Brasil.

Qual foi o seu principal desafio como jovem advogado? E o que fez para superá-lo? Compartilhe com a gente um pouco da sua experiência aqui nos comentários! Acompanhe o blog da Aurum para mais conteúdos como este. 🙂


Os principais desafios do jovem advogado no Brasil e como superá-los publicado primeiro em: https://www.aurum.com.br/blog/

Fibrilação atrial: coração fora do compasso

Munique, no sul da Alemanha, foi o berço ou o palco de alguns dos maiores nomes da música clássica: Mozart, Wagner, Richard Strauss, Carl Orff… Mas tornou-se recentemente a capital de outro tipo de ritmo, nada melódico. A cidade recebeu o congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, o maior do planeta na área. Por lá passaram nada menos que 31 mil profissionais de 150 países. E, se houve um tema em holofote, esse foi o ritmo cardíaco. Ou melhor, a falta de ritmo. Professores e autoridades médicas estão preocupados com o crescimento da mais comum das arritmias, a fibrilação atrial.

O coração tem um sistema próprio e inteligente de emissão e condução de eletricidade. É isso que o faz bater. Ocorre que essa rede pode entrar em parafuso.

Em vez de a energia sair de um comando e seguir seu rumo, surgem pequenos circuitos elétricos nos átrios, as câmaras superiores do músculo cardíaco. “Aí o coração fica em ritmo anárquico”, define o cardiologista e geriatra Roberto Dischinger Miranda, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Nessas condições, os tais dos átrios deixam de se contrair como deveriam para bombear o sangue. É como se ficassem tremelicando.

O cardiologista Ricardo Pavanello, do Hospital do Coração, na capital paulista, traduz a história em sons. “Normalmente, ao examinar uma pessoa saudável, ouvimos o coração bater num ritmo tum-tá, tum-tá, tum-tá. Na arritmia, isso fica desordenado”, diz. A conta da irregularidade costuma vir um tempo depois.

O aumento do número de casos

Mas por que tem gente falando numa epidemia de fibrilação atrial? A resposta é fácil. O mundo envelhece… E a idade é o principal fator de risco.

Depois dos 40 anos, calcula-se que a propensão ao problema aumente em até duas vezes a cada década. “Com o envelhecimento, acontecem alterações na rede elétrica do coração que tornam o indivíduo mais suscetível à fibrilação atrial”, esclarece Miranda. Outras condições, bem presentes nos dias de hoje, também entram na história.

“Os fatores de risco englobam pressão alta, diabetes, presença prévia de uma doença cardíaca, apneia do sono, uso de álcool, sedentarismo e obesidade”, lista a médica Olga Ferreira de Souza, coordenadora do Serviço de Cardiologia e Arritmia da Rede D’Or São Luiz.

Até tu, excesso de peso? Pois é. “Os estudos mostram que a obesidade leva a mudanças estruturais e elétricas na região do átrio. Inclusive, há casos que melhoram com a perda de peso”, conta o cardiologista Eduardo Benchimol Saad, presidente do Departamento de Arritmias, Estimulação Cardíaca e Eletrofisiologia da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro.

Consequências da fibrilação atrial

O protagonismo da fibrilação atrial na conferência de Munique tem também uma motivação mais dura. A doença não só é capaz de arruinar o coração como traz ameaças a distância. Estamos falando de uma das principais causas de acidente vascular cerebral. “Estima-se que entre 20 e 30% dos AVCs estejam ligados a essa arritmia”, relata Olga.

Veja: quando o coração não se contrai direito, o sangue fica meio estacionado lá no átrio esquerdo, um caldo propício à formação de coágulos. Esses trombos podem pegar carona com o bombeamento do sangue e ir parar lá no cérebro, entupindo uma artéria e provocando a morte de neurônios. “Chama a atenção que os AVCs originários da fibrilação atrial costumam ser mais graves e gerar mais sequelas”, observa Miranda.

Tá, mas você pode estar pensando: bom, não sinto nada de anormal no peito, então não preciso me preocupar com isso. Não é bem assim. Embora o quadro possa gerar palpitações, aquela sensação de coração acelerado, ou mesmo tontura e desmaio, pelo menos três em cada dez casos não apresentam sintomas. Sim, tem de visitar o médico.

A fibrilação atrial em números

  • Estima-se que 5 milhões de brasileiros acima dos 65 anos tenham fibrilação atrial
  • 13% da população com 80 anos ou mais apresenta esse tipo de arritmia
  • O risco de um AVC aumenta em cinco vezes entre quem convive com a condição
  • Uma em cada quatro pessoas com mais de 40 anos está sujeita a desenvolver o distúrbio
  • A doença eleva em três vezes a probabilidade de uma insuficiência cardíaca

O auxílio da tecnologia

O lance de que alguns casos são, digamos, silenciosos é um dos entraves ao diagnóstico precoce. O outro é que a arritmia nem sempre é constante. A fibrilação atrial pode ser crônica e persistente ou o que os experts classificam como paroxística. Em bom português, ela vai e volta. Daí que o cidadão pode ir ao cardiologista e, na consulta, a danada não dar sinais de existência.

Mas fica frio: a medicina tem boas e novas soluções. Nos casos mais evidentes de arritmia, o profissional sente que algo está errado já palpando o pulso e auscultando o paciente. Um simples eletrocardiograma ajuda a descortinar a situação.

Se o distúrbio é do tipo vai e volta, exames como holter, aparelhinho que fica conectado ao indivíduo por 24 horas monitorando o ritmo cardíaco, ou o looper, método que faz o mesmo por até 30 dias, conseguem pegá-lo.

Ok, mas isso tudo pressupõe que o sujeito procure um médico, certo? Pois a tecnologia está evoluindo para deixar a vida mais prática. Hoje já existem relógios e aplicativos de celular que auxiliam a flagrar irregularidades — caso do Apple Watch. Eles não fazem o diagnóstico, mas acionam um alerta.

Esse tipo de recurso foi validado em um estudo inédito apresentado no congresso europeu, o Digital-AF. Pesquisadores belgas criaram e testaram um aplicativo para smartphones, o primeiro app médico aprovado no mundo para averiguar desordens de ritmo cardíaco, em 12 328 pessoas. E validaram sua capacidade de rastrear a fibrilação atrial — a maioria dos casos identificados, aliás, era assintomática.

No experimento, os milhares de voluntários foram convidados a participar por anúncios de jornal. Com um QR code, eles baixaram o aplicativo FibriCheck em seu smartphone e eram instruídos a fazer duas medições ao dia por uma semana, posicionando o celular em frente ao peito e colocando o dedo na câmera do aparelho.

Não é magia, é só tecnologia mesmo. Os dados eram enviados a uma central, onde eram devidamente tabulados e interpretados.

“Falamos de algo totalmente feito em casa, com apenas um celular, o que traz conforto ao paciente, e com um custo baixo”, declarou no evento o médico Pieter Vandervoort, professor da Universidade Hasselt, na Bélgica, e líder da pesquisa.

No Brasil, as inovações já chegaram aos aparelhos portáteis de medir pressão. Alguns deles acusam alterações no ritmo do coração. Não dizem se o indivíduo tem uma fibrilação atrial, mas podem apontar episódios suspeitos que devem ser levados para um profissional de saúde.

De olho em um rastreamento mais efetivo, Miranda orienta, no Setor de Cardiogeriatria da Unifesp, um trabalho que avalia o uso de uma tecnologia portátil, parecida com um holter, capaz de estimar se o idoso tem baixo ou alto risco para a arritmia.

Já realizada em mais de 300 pacientes acima de 80 anos, a ideia é agregar mais uma ferramenta para detectar precocemente o quadro, ainda mais porque existem aqueles indivíduos em que a irregularidade rítmica não acontece o tempo todo. Ainda assim, fica o conselho: não dá para negligenciar o checkup com o médico.

O que é feito para diagnosticar

Exame clínico: Palpando o pulso e auscultando o paciente, o médico já afere o ritmo cardíaco.

Monitores: Hoje, aplicativos de celular e relógios digitais conseguem avaliar os batimentos.

Eletro: Feito em consultórios ou centros de exame, o eletrocardiograma detecta na hora eventuais alterações.

Holter e Looper: São aparelhos portáteis que avaliam o ritmo durante 24 horas ou até um mês.

Os tratamentos disponíveis

Uma vez descoberta a fibrilação atrial, existem dois caminhos para controlá-la. O primeiro é farmacológico. São comprimidos, os antiarrítmicos, que ajudam a regular o baticum.

A outra via, destinada sobretudo a quem não responde bem aos antiarrítmicos ou não os tolera, é um procedimento chamado ablação. É assim: com o paciente anestesiado, o médico usa um cateter para chegar até o coração e, ali, cauterizar o ponto por trás do defeito elétrico. “A técnica tende a ser mais eficaz que os medicamentos e, quanto mais cedo é feita, menor o risco de progressão do problema”, afirma Saad.

Como a fibrilação atrial catapulta o risco de AVCs, é habitual que os médicos lancem mão de mais uma estratégia de proteção, a prescrição de anticoagulantes. A ideia é deixar o sangue menos oportuno à formação dos trombos.

O profissional avalia em consultório vários critérios, como idade e presença de pressão alta e diabetes, para saber se o paciente tem de tomar essas medicações. Um estudo populacional discutido no congresso confirma que a indicação, quando necessária, reduz a exposição a derrames e a mortalidade.

A nova geração de anticoagulantes orais, há uma década no país, facilitou a vida nesse sentido. “Em comparação com a varfarina, a droga mais antiga, eles são mais seguros, pois oferecem um risco mais baixo de sangramentos e interagem menos com a alimentação e outros medicamentos”, compara Olga. “Também são mais práticos, porque não exigem que o sujeito tenha de ficar fazendo exames de sangue e ajustando a dose do remédio com frequência”, completa Miranda.

Em algumas circunstâncias, o cardiologista pode até estudar outra saída para minimizar a ameaça do AVC: a oclusão de um apêndice no átrio esquerdo, a auriculeta. “É que a maioria dos trombos surge nessa região”, justifica Saad.

Com um cateter, o especialista leva um dispositivo até o átrio para preencher toda a auriculeta. Pronto: não tem mais espaço para pintarem coágulos ali. Saad conta que o procedimento também pode ser feito em conjunção com a ablação. O único ponto é que ele ainda não é tão acessível no Brasil.

Uma última notícia lá de Munique diz respeito ao uso dos comprimidos antiplaquetários, aqueles que “afinam” o sangue, caso da aspirina. No passado, médicos chegavam a recomendá-la a portadores de fibrilação atrial, sobretudo aos que não se davam bem com o anticoagulante. Com o tempo, porém, viu-se que a prática aumentava o risco de hemorragia.

Só que, entre pessoas com alto risco cardíaco, ainda se pondera se não vale a pena somar um antiplaquetário ao anticoagulante. Em estudo com mais de 25 mil pessoas com a arritmia, o professor Keith Fox, da Universidade de Edimburgo, na Escócia, concluiu que a combinação não trouxe benefício. Pelo contrário, pode piorar as coisas.

Diante do avanço da fibrilação atrial pelo planeta, o recado que vem do congresso e ao qual os experts brasileiros fazem coro é: não deixe de fazer as consultas e exames médicos periódicos.

E, eis um refrão nestas linhas, cuide-se! Afinal, ninguém quer que o coração bata ao som de Carmina Burana, cantata de acordes apocalípticos do músico Carl Orff (1895-1982), ilustre cidadão de Munique.

Como controlar a mais prevalente das arritmias

Antiarrítmicos: Comprimidos que auxiliam o coração a bater na cadência adequada.

Ablação: Procedimento que anula a área do músculo cardíaco com o defeito elétrico.

Obstrução da auriculeta: Técnica que isola o local do coração onde os trombos se formam.

Anticoagulante: Remédio usado no dia a dia para evitar os coágulos e o risco de AVC.

Medidas e hábitos que ajudam a prevenir a arritmia e suas complicações

Bom checkup: Consultas e exames regulares permitem detectar e remediar o problema logo cedo.

Olho na pressão: Conferir em casa ou no consultório flagra a pressão alta, um fator de risco.

Questão de peso: Os quilos a mais levam a alterações no coração propícias à fibrilação atrial.

Tem diabetes? Fique atento. A glicose nas alturas cria um estado que prejudica até o ritmo cardíaco.

O que vai no prato: Um cardápio balanceado, cheio de vegetais, continua muito bem-vindo.

Mexa-se: O sedentarismo está intimamente associado ao ganho de peso e à arritmia.

Com moderação: O abuso de álcool — e o uso de energéticos — deixa o coração louquinho.

Xô, cigarro: Pela milésima vez: tabagismo não combina com coração saudável.

Alerta do ronco: Ele pode ser um sinal da apneia do sono, que dobra o risco de fibrilação atrial.

Pobre coração: Presença prévia de doenças cardíacas aumenta o risco e a gravidade do quadro.

Sem demora: Palpitações, tontura e desmaio são indícios do perigo. Procure um serviço de saúde.

*O jornalista viajou a convite da Bayer.


Fibrilação atrial: coração fora do compasso publicado primeiro em: https://saude.abril.com.br